sábado, 29 de janeiro de 2011

Dentro de meu peito mora um Anjo,
Que sonha em retornar ao paraíso...
É ele quem controla meu juízo,
Quem afina as cordas de meu banjo.


Dentro de mim luta um Cruzado,
Empunhando uma espada e um escudo.
Para ele, sua guerra santa é tudo,
E não hesita em matar pelo que é sagrado.


Em minha alma habita uma Criança,
Sentada no chão, a chorar por carinho.
Um cafuné, um afago, um beijinho,
São suficientes para alegrar sua infância.


Enjaulado em meu coração mora um Tigre feroz,
Pronto a despedaçar alguém com suas garras...
Temo não conseguir detê-lo mais sob as amarras,
Temo não conseguir mais calar sua voz...


E, regendo esta pantomima, como um maestro louco,
Está o Poeta... Suporta sobre seus ombros o fardo,
A insana maldição de ser um Bardo,
A sadocracia de viver e sofrer por tão pouco.


É ele quem mantém (não sei por que ainda resiste),
O Anjo nas masmorras, o Cruzado acorrentado,
A Criança a sorrir, o Tigre enjaulado,
Parindo, com sua lira, as notas mais tristes.

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